A transformação do conhecimento acadêmico em ações locais para redução das desigualdades sociais em saúde

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Por Gabriela Lamarca assim como Mario Vettore

30/04/14|12:04

A articulação entre a produção acadêmica e as atividades governamentais em nível regional, por meio da parceria entre as pesquisas sociocientíficas e a saúde pública, é apontada como o melhor método para atuar na diminuição das desigualdades sociais em saúde e bem-estar.

A utilização de provas sólidas no planejamento de atividades intersetoriais precisa auxiliar práticas voltadas à minimização dessas desigualdades. Apesar disso, existem algumas políticas públicas locais criadas a partir dessa circunstância. Talvez isso se deva, ao menos em parte, à dificuldade em traduzir o entendimento produzido no ambiente acadêmico para o mundo real, onde as atividades são viáveis ​​e também cumprem seus objetivos.

  • O documento “Se você pudesse fazer alguma coisa…”, lançado em janeiro deste ano pela Academia Britânica de Ciências Sociais e Artes Liberais, pretendia aproximar o conhecimento científico acadêmico de uma aplicação sensata para redução de injustiças em saúde e bem-estar.
  • O documento contém o resumo de 9 proposições elaboradas por renomados pesquisadores sociais que argumentam e justificam a execução de planos regionais onde as autoridades possam impulsionar o bem-estar de seus bairros e minimizar as desigualdades sociais em saúde.

IMAGEM.Cada um dos escritores, especializados em vários assuntos no campo das pesquisas científicas sociais, recomendou uma intervenção política.

As proposições iam desde assumir fatores socioeconômicos e arquitetônicos mais difíceis e distais, como preparo, desemprego e desigualdade de renda, até atividades relacionadas a variáveis ​​comportamentais de ameaça à doença, como tabagismo e abuso de álcool.

Entre as propostas recomendadas, destacam-se a exigência de melhorar as condições de trabalho no mercado público em geral, reduzir as restrições de tarifas de veículos nas áreas metropolitanas, impulsionar a educação, não apenas para as crianças, mas também melhorar a educação e a aprendizagem dos adultos, bem como a educação continuada, e também a introdução de um salário base.

Os autores também revisaram o uso do orçamento participativo para formação de capital intelectual, o que certamente auxiliaria na tomada de decisões sobre prioridades de saúde pública e também na escolha de tratamentos; além de desenvolver cidades e também bairros para idosos, facilitando sua independência, engajamento, bem-estar e bem-estar.

A proposta de implantação de um salário mínimo certamente não se aplicaria ao nosso fato, como a tivemos desde 1930, juntamente com a proposta de algumas comunidades para idosos, pois não temos ‘ainda' uma sociedade de bem-estar voltada para o idosos (como o que realmente existe na Inglaterra há várias décadas).

No entanto, a proposta apresentada por Alan Maynard, do College of York, pode ser aplicada ao cenário brasileiro.

Maynard especifica que quando nos deparamos com uma proposta de tratamento para reduzir as desigualdades sociais, temos que implementá-la ou de outra forma com base em evidências de custo-benefício e não simplesmente no “ponto de vista experiente”.

Ele destaca que os depoimentos sistemáticos e também as estratégias específicas de análise das intervenções sociais estão bem desenvolvidas, mas os planos seriam muito mais bem direcionados e aplicados se a proposição preliminar existisse juntamente com uma análise dos gastos incluídos.

Isso seria muito interessante na conjuntura brasileira pela ausência de avaliações de custo-efetividade antes da aplicação das leis públicas.

Para isso, uma organização com economistas (de saúde e bem-estar) seria essencial.
Alan Maynard sugere que as políticas públicas baseadas em evidências são geralmente retóricas e também não relacionadas à realidade. Consequentemente, as perspectivas financeiras e a avaliação custo-benefício são importantes para a implementação das ações, apesar de serem normalmente desconsideradas.

  • Esses aspectos são de extrema importância porque, como um todo, as fontes de saúde e bem-estar são limitadas, e seu uso deve ser melhor aproveitado.
  • Na Inglaterra, as estratégias de avaliação financeira foram criadas ao longo de 4 anos e têm sido amplamente utilizadas na avaliação de tecnologia moderna, especialmente medicamentos.

Por exemplo, todos os medicamentos sugeridos por especialistas do sistema nacional de saúde (NHS) seguem as diretrizes fornecidas pelo NICE (Instituto Nacional de Saúde e Bem-Estar e Excelência Profissional), que considera tanto os resultados finais clínicos desejados (ou seja, o melhor resultado final possível para o indivíduo) juntamente com desacordos econômicos (custo-efetividade) em relação a várias terapias.

O objetivo principal do exame financeiro é aprimorar a tomada de decisões com informações, e nem sempre determiná-las.

Alan Maynard acrescenta que apenas com este tipo de avaliação seria certamente viável ter provas atraentes para superar as taxas de juros corporativas, que muitas vezes se opõem a políticas ou impostos. Alguns exemplos incluem as intervenções de saúde que ocorreram em Nova York e na França, com a introdução de impostos sobre bebidas açucaradas, e na Dinamarca e na Hungria, sobre alimentos gordurosos.

O arquivo “If you can do one point …” é uma importante ferramenta de tomada de decisão, destaca histórias de sucesso e motiva os conselhos regionais a colaborar, compartilhar informações e desenvolver boas relações com pesquisadores científicos locais. social.

Basicamente, a lição a ser comunicada é que, para que um tratamento que minimize as desigualdades em saúde seja eficaz, deve estar atrelado a uma comprovação clínica de alta qualidade e com excelente planejamento de custo-benefício.

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