Por que algumas mulheres não fazem o exame preventivo de colo de útero?

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Por Gabriela Lamarca assim como Mario Vettore

12/12/13|12:12

  • Indicador do observatório sobre este tópico:
  • Ind030201

Independentemente de ser uma situação econômica emergente no cenário mundial, o Brasil ainda apresenta um perfil de doença comparável ao de nações subdesenvolvidas quando se trata de células cancerígenas do colo do útero. Entre as mulheres brasileiras, é a 4ª causa de morte de células cancerígenas e o 2º tumor mais frequente, ultrapassado apenas pelos tumores de busto.

De acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer), o número de óbitos por células cancerígenas do colo do útero em 2010 foi de 4.986 mulheres e, em termos globais, são esperadas 320.000 novas ocorrências para o ano de 2015, que deve aumentar para 435.000 em 2030.

O problema e o ponto de vista futuro representam um problema vital de saúde pública, tanto no Brasil como no mundo, principalmente pelo fato de atingir mais mulheres que vivem em áreas muito menos industrializadas ou socialmente desfavorecidas.

Além de acometer preferencialmente mulheres entre 40 e 49 anos, várias outras variáveis ​​proximais como vários companheiros, antecedentes de infecções sexualmente transmissíveis, idade precoce da primeira relação sexual e multiparidade são consideradas características predisponentes ao crescimento do câncer de colo de útero. do útero.

No Brasil, a alta ocorrência, bem como a morte por células cancerígenas do colo do útero, também estão relacionadas ao baixo nível socioeconômico.

As mulheres deste estrato, que inclui aquelas com escolaridade e aprendizagem reduzidas, são uma das mais propensas, pois encontram obstáculos no acesso à rede de serviços de saúde e problemas na descoberta (acompanhamento) e na terapia.

Essa conta de problemas de saúde é semelhante à de várias outras nações e inclui componentes sociais muito mais distais da saúde, como problemas financeiros e também geográficos relacionados à falta de serviços, além de preocupações culturais relacionadas à própria doença, como como ansiedade, desconsideração de sintomas cruciais. e preconceito.

A principal e também mais utilizada técnica de rastreamento do câncer do colo do útero é o Papanicolau (exame citopatológico do colo do útero), denominado ‘preventivo'. A realização de triagem citológica de alta qualidade com maior proteção favorece uma diminuição significativa na incidência do quadro.

  • Esta triagem de alta qualidade é recomendada para mulheres com idade entre 25 e 64 anos que já fizeram amor – o grupo com o maior número possível de feridas de alta qualidade e também que provavelmente serão tratadas com eficiência para não prossiga para as células cancerosas.
  • Segundo o INCA, após 2 exames consecutivos (com prazo de um ano) que já apresentem resultados normais, o ‘preventivo' pode ser feito a cada três anos.

A partir dos dados do Suplemento de Saúde e Bem-Estar da Pesquisa Nacional por Amostra de Casas (PNAD) oferecidos pelo nosso observatório (Ind030201), é possível constatar que entre 2003 e 2008 houve um aumento no percentual de mulheres com 25 anos e quanto ao tempo de realização da última avaliação preventiva do colo do útero.

Em 2003, 68,7% das mulheres tinham sido verificadas há menos de 3 anos. Em 2009, esta percentagem passou para 74,0%, o que representou um aumento de cerca de 10%. Entre aqueles que realmente nunca fizeram o teste, a proporção caiu de 20,9% em 2003 para 15,5% em 2009.

A escolaridade da senhora teve forte influência na realização da avaliação citopatológica cervical, descobrindo-se um declive entre o ensino superior e a maior regularidade da avaliação.

Entre 2003 e 2009, a redução do percentual de mulheres que nunca realizaram o exame preventivo foi bastante significativa entre aquelas com 0 a 3 anos de escolaridade, diminuindo 8 pontos percentuais entre os períodos (cerca de 30%).

Pode-se adivinhar que parte dessas senhoras transitou para outros grupos de ensino ao longo desses 6 anos, principalmente para o grupo de 4 a 7 anos de estudo, pois a variação na proporção não acompanhou a mesma intensidade nos vários outros grupos (8-10; 11-14; 15 ou mais anos), apesar de ter feito o exame há menos de 3 anos, 3-5 anos atrás ou 6 ou mais anos antes.

A avaliação desta indicação (Ind030201) também possibilitou identificar distinções consideráveis ​​entre as macrorregiões.

Em 2009, por exemplo, enquanto a região Sudeste tinha uma proporção de 77,0% de mulheres que fizeram o exame do colo do útero há menos de 3 anos, na região Nordeste essa proporção era de 68,2%. De acordo com o INCA, a incidência do câncer do colo do útero está de acordo com a conta socioeconômica de cada região.

Essas distinções entre as áreas potencializam a conversa relacionada ao acesso e uso dos serviços de saúde, além da função dos componentes sociais do bem-estar, como renda e educação. Mulheres com escolaridade reduzida têm maior risco de desenvolver câncer do colo do útero e, quanto menor o grau de escolaridade, melhor o risco de diagnóstico sofisticado desses nódulos.

  1. Em 2009, um trabalho iniciado pelo INCA teve como objetivo fortalecer as ações de realização de exames de células cancerígenas do colo do útero na região Norte, local que se destaca pela maior ocorrência e mortalidade por essa afecção no Brasil.
  2. Essa intensificação das atividades de rastreamento pode diminuir tanto a incidência quanto a morte por câncer do colo do útero.
  3. No entanto, o sucesso das ações de triagem depende da educação e mobilização da população e da cultura civil organizada, bem como do alcance da meta de proteção da população alvo.
  4. Adicionalmente, deve ser garantida a acessibilidade ao diagnóstico e tratamento médico, assegurada a elevada qualidade das ações, bem como a vigilância contínua, bem como a gestão destas atividades.

As células cancerosas do colo do útero podem ser evitadas através da descoberta e terapia de lesões precursoras, ou seja, a descoberta muito precoce e também o tratamento oportuno é um dos métodos mais vitais no manejo da doença. Mulheres detectadas precocemente, se tratadas adequadamente, têm quase 100% de chance de cura.

No entanto, a educação em saúde e bem-estar confiável e os investimentos em prevenção primária e também secundária não podem ser negligenciados, que diminuem a incidência, mortalidade e também sequelas físicas, sociais e também psicológicas causadas pelo câncer do colo do útero.

Embora saibamos que a vulnerabilidade das células cancerígenas é identificada pela interação de várias genéticas (doença genética), a maior ocorrência do câncer do colo do útero está fortemente ligada às desigualdades sociais.

Quando reconhecemos melhor as desigualdades de bem-estar, é possível identificar os dispositivos causais da doença e também reconhecer possibilidades de intervenções preventivas com alta possibilidade de eficiência (Kaplan, 1998). Como resultado, é importante diminuir as injustiças sociais em saúde relacionadas à ocorrência do câncer do colo do útero.

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